20 janeiro 2009

NOTÍCIAS

Alentejo perdeu 7 mil e 50 indivíduos entre 2002 e 2007


O Alentejo perdeu população entre 2002 e 2007 segundo os dados revelados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre Dezembro de 2002 e Dezembro de 2007 a população recuou dos 767 mil e 983 para os 760 mil e 933 indivíduos. A taxa média de crescimento anual na região foi de -0,18% segundo os Estudos Demográficos do Instituto.
Em 2007 o Alentejo foi a região com a mais baixa taxa de natalidade do país (8,2‰).
No mesmo ano as regiões que apresentaram o mais baixo índice sintético de fecundidade foram o Centro, o Norte e o Alentejo, todas com 1,2 crianças por mulher.
Na análise ao Quadro das idades médias do 1º nascimento e ao nascimento de um filho o INE constatou que a Região de Lisboa e a do Alentejo retardam o 1º nascimento em 0,2 anos, situando-se em 28,8 anos em Lisboa e em 27,9 anos no Alentejo.
A distribuição regional das idades médias do primeiro casamento é heterogénea. Nas regiões do Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo tanto os homens como as mulheres casam pela primeira vez mais tarde, com idades superiores a 30 anos (cerca de 31 em 2007, no caso dos homens e cerca de 29 anos no caso das mulheres).
O INE realça ainda que a taxa bruta de mortalidade, embora com algumas flutuações, estabilizou à volta dos 10 óbitos por mil habitantes.
A taxa bruta de mortalidade mais elevada situou-se, em 2007, na região do Alentejo (14,2‰) e a mais baixa na região do Norte (8,4‰).




A L J U S T R E L



Workshop sobre gestão do dia-a-dia
Orçamentos domésticos e negociação de empréstimos



No próximo sábado dia 24 de Janeiro, entre as 15 e as 17:30, o espaço Oficinas recebe uma acção de informação sob o tema “Orçamentos domésticos e negociação de empréstimos bancários”.

Trata-se de um workshop que surge numa altura em que a crise financeira mundial tem vindo a tornar cada vez mais pertinentes questões como os empréstimos bancários, as finanças domésticas ou o endividamento das famílias. De facto, actualmente, muitas pessoas são levadas a tomar decisões de carácter financeiro sem se aperceberem do seu real significado e das suas consequências. É exactamente por isso que o principal objectivo deste workshop é, de uma forma simples e acessível, dotar as pessoas de instrumentos básicos que permitam elaborar de maneira mais eficaz os seus orçamentos domésticos e saber defender os seus interesses na altura de negociar o empréstimo bancário.

Esta iniciativa resulta de uma colaboração entre a APEFI – Associação para o Posicionamento Estratégico e Financeiro e a Câmara Municipal de Aljustrel. Inscrições abertas.




Museu Municipal

Contos com chá



No próximo dia 23 de Janeiro, pelas 21h30, a Câmara Municipal de Aljustrel convida miúdos e graúdos para uma viagem pelo imaginário da tradição oral, no Museu Municipal de Aljustrel.



Jorge Serafim é o contador de histórias que animará este serão de “Contos com chá”, onde a magia das palavras combinada com o prazer de folhear livros e de degustar, ao mesmo tempo, um bom chá irá encantar todos os presentes.



Esta noite diferente e aconchegante está integrada nas actividades desenvolvidas com a escola e a comunidade, no âmbito do projecto: “Passo a passo conheço Aljustrel …A mina e o meio ambiente”, que os serviços educativos do museu têm vindo a desenvolver ao longo destes últimos meses.



C A S T R O V E R D E





V Festival Terras Sem Sombra tem início em Castro Verde

O Festival Terras sem Sombra de Música Sacra inicia a sua quinta edição na Basílica Real de Castro Verde, a 24 de Janeiro, pelas 21h30, com um concerto do grupo Sete Lágrimas que envolve as forças vivas do concelho e conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde.



A programação de 2009, subordinada ao tema “Do Velho ao Novo Mundo”, propõe uma apaixonante visita às memórias sonoras do Barroco e do Classicismo europeus e da sua fusão com as linguagens de outros continentes. Esta proposta dá continuidade à filosofia de base do Festival, traçar uma “pequena História da Música” que valoriza as relações entre a arte dos sons e espaços patrimoniais privilegiados, cuja recuperação e abertura ao público tem sido uma preocupação da Diocese de Beja.



Seis das mais notáveis igrejas do Baixo Alentejo recebem concertos, visitas guiadas, palestras, masterclasses e conferências, num modelo de dinamização do acesso às igrejas históricas da região que conta invariavelmente com “casa cheia” e tem entusiasmado as populações – facto a que não será alheio tratar-se de uma região que se distingue precisamente pela paixão musical, bem patente na tradição do cante. O público, porém, não é só dos locais visitados pelo Festival, existindo já muitos espectadores oriundos de Évora, Lisboa, Coimbra, Badajoz e até de Sevilha. Outro contingente significativo vem do Algarve. Isto tem ajudado a dinamizar as rotas de turismo cultural e religioso já em funcionamento.



Ao associar um repertório de enorme qualidade à atmosfera única dos monumentos religiosos alentejanos, o Terras sem Sombra aposta forte na oferta de um palco de carácter já internacional aos projectos profissionais de jovens intérpretes nacionais, cujo talento é garantia de magníficos momentos musicais. O facto de se tratar de uma iniciativa com carácter itinerante, que visitará este ano, além de Castro Verde, as igrejas matrizes de Almodôvar, Alvito, Santiago do Cacém, além de dois notáveis monumentos de Beja (Nossa Senhora dos Prazeres e Santa Maria da Feira), obriga a um esforço logístico acrescido, mas apresenta resultados muito interessantes ao nível da descentralização cultural.



Sete Lágrimas em Castro Verde



O grupo Sete Lágrimas, dirigido por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, abre o Festival com o concerto “Pedra Irregular – O Nascimento do Barroco em Portugal”, reunindo alguns dos melhores especialistas europeus em instrumentos de sopro e cordas: Diana Vinagre (violoncelo barroco), Andreia Carvalho (oboé barroco), Denys Stetsenko (violino barroco), Hugo Sanches e Tiago Matias (tiorbas e guitarra barroca) e Sérgio Silva (cravo).



No Barroco fazem-se sentir coordenadas muito interessantes: o pensamento tridentino, o classicismo, a restauração da independência (1640) e a riqueza trazida pelo ouro e diamantes brasileiros. Sob a influência destas tendências, a cultura da época legou-nos um espólio multifacetado, de que fazem parte, não só o gosto pelo lúdico e pela espiritualidade, como na pintura de Josefa de Óbidos ou na prosa de Fr. António da Chagas, mas também o peso da retórica na literatura e na arte, o que aproxima os sermões do P.e António Vieira do convento de Mafra. Aspecto destacado foi ainda a polifonia das várias artes, tendo como exemplos maiores as igrejas forradas a talha e azulejo, enquadrando a música e a pregação.



Castro Verde vai receber um programa pensado para revelar, com toda a beleza, o panorama da vida musical portuguesa neste período, com dois momentos bem diferentes: um primeiro Barroco, autóctone, na segunda metade do século XVII; e um segundo barroco, joanino, marcado pela influência italiana, no século XVIII. O programa escolhido integra obras Diogo Dias Melgaz – mestre supremo da nossa polifonia, nascido em Cuba, em 1638 –, Henrique Carlos Correia, Domenico Scarlatti, de Seixas, António Teixeira e Francisco António de Almeida.



A Basílica Real, obra-prima do Barroco





Seria difícil escolher um local mais adequado para uma iniciativa como a presente do que a Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição, matriz de Castro Verde. Oferecendo uma notável visão artística da época de D. João V, este monumento assinala um facto decisivo para que Portugal se tornasse uma nação independente: a batalha de Ourique, travada perto de Castro Verde em 1139. A sua traça, da autoria de João Antunes, é tributária da tradição seiscentista, mas integra uma carga decorativa já correspondente à teatralidade do Barroco Pleno.

As paredes encontram-se revestidas de azulejaria da autoria do mestre P. M. P., com destaque para os painéis alusivos à vida do nosso primeiro rei e ao milagre de Ourique, enquadrados por composições características das oficinas lisboetas de ca. 1730. O recurso aos artistas da capital revela-se igualmente na talha dos retábulos dos altares e dos púlpitos. Merecem ainda um olhar atento às pinturas murais, de sentido emblemático. No centro do tecto, pintado a óleo sob a orientação de António de Pimenta Rolim, destaca-se um painel que figura a Aparição de Cristo a D. Afonso Henriques.

O interesse de D. João V por esta igreja levou a conseguir para ela, em Roma, a dignidade de basílica, depois completada pelo título de real. Mas o soberano empenhou-se também em dotá-la com um importante conjunto de alfaias, entre as quais a custódia de aparato, realizada em Lisboa, ao redor de 1715. O Tesouro instalado na antiga sacristia em 2003 dá a conhecer este acervo, além de outras obras-primas de igrejas do concelho, entre as quais a famosa cabeça-relicário de São Fabião, de Casével, obra de arte realizada em Aragão, nos inícios do século XIV, e oferecida pela princesa bizantina D. Vataça.

Sem comentários: