ELVAS - Campanha de regresso a casa

Neste dia 18 de Abril de 2008, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que este ano é dedicado ao Património Religioso e Espaços Sagrados, numa organização nacional do IGESPAR, ao qual o Município de Elvas aderiu.
Para as comemorações locais escolheu-se a Antiga Sé de Elvas, edifício do traço de Francisco de Arruda que a edificou em 1517 sobre uma igreja anterior do séc. XIV, chamada de N. Sr.ª do Açougue e depois de N. Sr.ª da Praça. Abriu ao culto em 1537, embora as obras continuassem até ao final desse século. Teve importantes modificações no séc. XVII, durante os episcopados de D. António e D. Sebastião de Matos Noronha, e de D. Manuel Cunha, bem como no século seguinte pelo cabido "sede-vacante", pelos Bispos D. Baltazar de Villas-Boas e D. Lourenço de Lancastre.
Esta igreja recebeu recentemente importantes obras de restauro e conservação quer nas estruturas quer nas obras de arte, tendo inclusivé recebido uma iluminação ornamental que muita dignifica o edifício e o coração do Centro Histórico da nossa Cidade.

Contudo esta continua a estar incompleta pois falta-lhe uma peça artístico-histórica de elevado valor, que por diversas razões monetárias, jurídicas e morais continua afastada do uso dos Elvenses. Falamos do órgão da Sé. Este órgão, situado no coro alto, foi mandado fazer pelo Bispo D. Lourenço de Lancastre, em 1762, ao organeiro italiano Pasquali Caetano Ordoni, e concluído em 1777, conforme está esculpido na tribuna. É uma peça de grande aparato, de talha dourada. Na baluastrada da tribuna ou bufete, tem em relevo, as armas de D. Lourenço de Lancastre, com o chapéu e cordões prelatícios, e, dos lados as iniciais – D. Lço de Lte. Em baixo, na extremidade da mísula, a data de 1777. Tem cinco grupos de canudos, simetricamente dispostos e tinha mecanismo de três foles.
Desde o início do blogue ZÉ DE MELLO, vários e diversificados têm sido os temas que ali temos abordado, mas esta questão do órgão oitocentista da Antiga Sé tem nos sido muito querido. Desde Setembro de 2005 até à data foram diversos os escritos que se produziram sobre o tema.
Explicámos o processo que rodeia o afastamento do órgão da Cidade.
Conseguimos contactar o organeiro que detêm em seu poder o órgão que nos deu a sua versão.
Obtivemos declarações sobre o tema por parte de Rondão Almeida.

Mas infelizmente o órgão continua sem estar "in situ".

Surge agora uma proposta, de um preocupado Elvense sobre o tema, para que se inicie uma recolha de fundos que levaria a que público em geral, empresas, associações e instituições do Concelho, adoptem um tubo e patrocinem o regresso do órgão a Elvas, restaurado e de forma a servir não somente o culto religioso mas também a fruição cultural daquela peça.

É necessário despertar consciências e alertar o Povo de Elvas que construiu um Aqueduto que também pode recuperar o seu património nos dias de hoje, deixando de memória aos vindouros que os Elvenses do início do século XXI também estão preocupado e empenhados com a sua Cidade!

TODOS SOMOS ELVAS!





Colaborando na campanha do Blog ZÉ DE MELLO